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                          ::RELEASE::

Quarteto Olinda mantém herança do forró de rabeca



Quando dava meia-noite, a longa fila na entrada indicava que do lado
de dentro, no salão do Xinxim da Baiana, o negócio tava bom. De junho
de 2006 até outubro de 2008 foi assim: casa cheia, ‘mulher bonita’,
cerveja gelada e um forró de rabeca pra lá de quente, comandado pelo
Quarteto Olinda.



A temporada no Xinxim (bar no Carmo, Olinda) acabou, mas as noites de
festa estão registradas agora no primeiro disco do grupo. O CD do
Quarteto Olinda, gravado no estúdio Carranca e com repertório
inteiramente autoral. Forró de rabeca legítimo e olindense.



O grupo,surgido em 2005, reúne músicos que conviveram nos forrós,
boizinhos, cirandas e bancos de cavalo-marinho da Zona da Mata e
ladeiras de Olinda em meados dos anos 90. Ainda meninos, entre 14 e 16
anos, beberam direto da fonte de Mestres como Salustiano, Luiz Paixão,
Biu Roque e de bandas pernambucanas que ganharam o mundo naquela
década, como o Mestre Ambrósio.



Na junção dos percussionistas Guga Amorim, Bruno Vinezof e do baixista
Yuri Rabid com o potiguar Cláudio Rabeca, nasceu o Quarteto. Em 2006,
após a entrada do pandeiro de Guga Santos (o ‘Rasta’), o Quarteto
manteve a poesia e humor do nome, mesmo passando a ser um quinteto.



O CD, gravado no Estúdio Carranca, no Recife, conta com doze músicas.
Dessas, sete recebem assinatura dos músicos do grupo. O repertório
privilegia um forró de rabeca bem cru, envolvendo outros universos
como o samba de matuto (ou de latada) e o coco. Ainda ganha peso
especial nas composições de parceiros próximos do ‘movimento do forró
de rabeca de Pernambuco’.



F a i x a   a   f a i x a...

A primeira faixa, Desculpe Morena, é de autoria de Nilton Jr, do
Pandeiro do Mestre, que também divide os vocais com Cláudio Rabeca. A
quinta música, Forró pé de uva, é de Seu Luiz Paixão (que participa da
gravação), com os olindenses Pepê, Hugo Linns e Carlos Amarelo. Zé
Neguinho do Coco dá de presente para a interpretação do Quarteto
Olinda o coco Quincé. Nesta, o fole de Hélder Vasconcelos, um dos
Mestre Ambrósio, faz parceria com o gemido da rabeca. Afirmando o
‘carimbo’ Original Olinda Style do grupo, Tiago Andrade (Zé Cafofinho
e Variant) cede A40, música instrumental com participação de Clay Ross
na guitarra. Para finalizar as colaborações e o disco, Tiné canta e dá
a composição Passarinho, uma parceria com Michael Loveman.



O disco conta também, na gravação, com os talentos dos músicos Gustavo
Beija-flor (pífanos), Carlos Amarelo (coro), Lula Marcondes (caixa),
Rob Curto (sanfona), Pepê (cavaquinho), Ibraim (trombone) e das gêmeas
Maíra e Moema Macedo.



 X i n x i m  n o  X e n h e n h e m   e   o u t r a s   m ú s i c a s
  d a   c a s a...

Guga Santos e Cláudio Rabeca colocam para fora o clima de brincadeira
dos forrós no Xinxim da Baiana em Xinxim no Xenhenhem. Nela, música de
trabalho, cada componente do Quarteto Olinda é citado, assim como as
meninas, essenciais para a alegria do arrasta pé e a ‘Baiana’
(Silvana), dona do salão.



Cláudio Rabeca, que antes de encontrar sua identidade musical junto à
rabeca, peregrinou com violão debaixo do braço pelo Rio Grande do
Norte, Pará e Santa Catarina, imprime sua marca com uma rabeca
afinadíssima em Cuidado Cantador e Caldo de Cana. Também divide a
autoria de Samba Nosso com Guga Amorim e Bruno Vinezof e Vida Mansa,
com Yuri Rabid e Guga Santos.



Forró das meninas, já cantado em Jornal da Palmeira, disco de Erasto
Vasconcelos, repete a dose com novos arranjos, exaltando a parceria do
mestre de Maranguape com Guga Santos e Murilo Silva (Murilo da
Rabeca). Bruno Vinezof divide Adeus meu povo com Fernandes Soares.



O Quarteto Olinda é  Cláudio Rabeca (rabeca e voz), Guga Santos
(percussão e voz), Guga Amorim (percussão e voz), Bruno Vinezof
(percussão e voz) e Yuri Rabid (baixo e voz).

...

F a z   t e m p o   q u e   t e m   f o r r ó   d e   r a b e c a   e
m   O l i n d a...

Em Olinda, tempo de forró não é junho. É final de ano. Acontece assim
desde o início da década de 1990, quando Mestre Salustiano, munido de
sua rabeca, introduzia a sonoridade do instrumento na cidade, com
“bailes de arrasta-pé” e bancos de cavalos-marinho - sua brincadeira
preferida. Ao redor, a meninada olindense escutava atentamente as
toadas e loas do mestre. Despertava para novos sons, como o do Mestre
Ambrósio, que naqueles dias ainda tocava de graça pelos barracos e
bares olindenses.



A partir daí, forró em Olinda nunca sentiu falta de uma sanfona. A
rabeca dá conta da animação no salão. Um forró com ares carnavalescos,
e também escutado nos boizinhos (farra iniciada com o Boi da Gurita
Seca e com o Boi Alinhado, que atualmente reúne dezenas de grupos na
Quarta-feira de Cinzas, na ladeira da Boa Hora).

Se até pouco tempo Olinda teve o Xinxim da Baiana (no Carmo) como
abrigo para o forró de rabeca, em anos anteriores outros espaços, como
o Bar do Déo, Boi Bumbar, Pitombeira e Virgulino também fizeram parte
da história do movimento. Eram festas quentes, que ganhavam público
cativo durante o verão. Foram desses encontros que nasceram grupos
como Forró Rabecado, Azabumba, Mãe Joana, Chão e Chinelo, o trabalho
solo de Tiné e o Quarteto Olinda, todos com base melódica entoada na
rabeca.